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Desde 17 de março, o IFSC suspendeu as atividades presenciais devido à pandemia de coronavírus. Desde então, professores e alunos vivem a experiência do ensino e aprendizagem de forma remota, utilizando as tecnologias de informação e comunicação e a criatividade para manter os conteúdos em dia e o vínculo entre as turmas.

Para a maioria dos docentes, essa é uma experiência nova, ter que adaptar aulas do modo presencial para as Atividades Não Presenciais (ANPs) e para as distintas realidades dos estudantes. Alguns câmpus optaram por suspender as atividades não presenciais de determinados cursos, porém, são muitos os que continuam com as aulas remotamente, exigindo uma mudança de paradigmas na relação ensino-aprendizagem (veja quais câmpus estão com aulas suspensas).

No início do distanciamento social, o Centro de Referência em Formação e Educação a Distância do IFSC (Cerfead) implantou uma Comissão de Servidores para apoiar os docentes na realização de atividades não presenciais nos ambientes de ensino e aprendizagem digitais. A Comissão foi descontinuada e a equipe do Cerfead continua prestando apoio aos docentes.

A Chefe do Departamento de Educação a Distância, Maria da Glória Silva e Silva, explica que a capacitação com os professores para uso dos recursos do SIGAA começou em 2017, sendo que o distanciamento social acelerou o processo de adesão à criação das turmas virtuais e demais recursos do sistema. Além disso, os professores também passaram a utilizar com mais intensidade as ferramentas do Google e outras formas de interação, como mídias sociais, Youtube, entre outros. “A apropriação das tecnologias digitais nunca teve tanto impulso como agora, assim como os cursos a distância. De uma hora para outra, vários câmpus submeteram cursos de qualificação profissional na modalidade a distância”, ressalta. Segundo Maria da Glória, o ponto positivo da adoção das ANPs será maior número de cursos a distância e o aumento do uso de tecnologias mesmo após a retomada das aulas presenciais.

Professores criam agenda para organizar aulas

Organizar uma agenda de Atividades Não Presenciais (ANPs) foi a solução encontrada pelos professores dos cursos técnicos integrados em Administração, Plásticos e Informática do Câmpus Caçador para evitar a sobrecarga e sobreposição de atividades para os alunos durante o período de distanciamento social. Segundo o professor Fernando Augusto Groh de Castro Moura, coordenador do curso técnico integrado em Plásticos, a demanda da agenda surgiu ainda no segundo semestre de 2019, por meio de uma agenda física fixada nas salas de aula. Com o distanciamento social, passou para o Google Agenda.

“O instituto exige muito de alunos que vêm de outra realidade e já no primeiro semestre se deparam com mais de 15 disciplinas, pesquisa, além de outras atividades que exigem que eles se organizem. Agora, com o distanciamento, essa organização tornou-se mais complexa. Muitos, ao mesmo tempo que têm que continuar uma rotina de estudos, têm que ajudar na casa, cuidar dos irmãos, e uma série de outros problemas que dificultam essa organização”, explica Fernando. Outro objetivo da agenda é dar aos professores uma visão do todo, do que os colegas estão fazendo, para não haver choque e acúmulo de atividades e avaliações. A utilização do método está sendo positiva e será mantida mesmo após o final do distanciamento social.

A professora Denise Jove Cesar, coordenadora do curso integrado em Administração, conta que no início do distanciamento social foi elaborado um questionário para saber como os alunos estavam se organizando e se estavam conseguindo acompanhar as tarefas. Uma das observações era de que não faziam as atividades no horário de aula, estudavam principalmente no horário da tarde. Assim, muitos professores optaram por não realizarem atividades síncronas, enquanto alguns fazem encontros e gravam para os alunos assistirem em outro momento.

Os coordenadores ressaltam que há alunos em vulnerabilidade social com dificuldade no acesso à internet e muitos até sem energia elétrica em casa. Outros, mesmo com acesso, não conseguem acompanhar as atividades por terem dificuldades psicológicas anteriores, como ansiedade.

O coordenador do curso integrado em Informática, Diogo Moreno Pereira Carvalho, destaca que cada vez mais o protagonismo do aluno está sendo necessário. “A gente organiza a atividade de aula e às vezes não tem a devolutiva do aluno, de nos procurar, para tirar dúvida. Temos que levar em consideração que o público adolescente lida com a timidez. No câmpus, eles tendem a nos procurar mais. No online isso não acontece, muitos acham que estão incomodando”.

É consenso entre os coordenadores que não só alunos, mas também professores estão vulneráveis, tiveram suas rotinas alteradas. “Estamos, de uma certa forma, entrando na intimidade dos alunos e professores, e isso é muito ruim. Temos que entender que alguns professores não querem gravar videoaula, por exemplo, e temos que respeitar”, afirma Diogo.

Segundo Fernando, “a identidade dos institutos sempre foi muito plural, e a gente vê isso nessas condições. A gente vê que não há um caminho único, estamos criando uma maneira de ser que com certeza vai gerar muitos frutos”. Para Denise, “os alunos estão loucos para voltar. Eles têm uma percepção muito legal deste momento, da importância de ir para a escola, da importância do professor, de ter rotina. Acredito que será um grande aprendizado para todos”.

Mídias sociais são suporte para atividade prática de artes

A professora de Artes Visuais do Câmpus Canoinhas, Micheline Raquel de Barros, precisava achar uma solução para trabalhar o conteúdo de artes com os alunos dos terceiros anos dos cursos integrados em Edificações e Alimentos. Como realizar um trabalho prático sobre os artistas neoclássicos europeus, dos séculos 18 e 19, sem utilizar os recursos do laboratório de Artes, os pincéis, aquarelas, telas e outros materiais que os alunos não teriam em casa?

Visitando sites e mídias sociais de museus, como o espanhol Museu do Prado, a professora viu muitas fotografias de pessoas “parecidas” com as obras. Ao assistir ao canal de televisão por assinatura Arte1, encontrou um concurso cultural promovido pelo Instagram que selecionaria as melhores fotografias que reproduzissem obras de arte (#vierearte e #arte1naopara). Assim, incentivou os alunos a produzirem essas fotos para participar do concurso.

A professora indicou seis artistas da época, e os alunos tiveram que escolher as obras, referenciá-las, indicar o museu onde estão expostas e produzir a foto com objetos, vestimentas, luz e a pose. O resultado foi surpreendente. “Os alunos capricharam muito! Eu não esperava que ficasse tão bom”, conta Micheline.

As fotos foram publicadas no facebook pessoal da professora e no Instagram do IFSC e tiveram muitas curtidas e compartilhamentos. Foi uma maneira de os alunos utilizarem recursos que dominam, como a fotografia e as mídias sociais. “Todos os alunos tiraram fotos, mas nem todos participaram do concurso. Foi uma forma também de trabalhar a autoestima deles, de se verem daquela forma”, explica a professora.

Canal de Youtube e lives para manter o vínculo entre o IFSC e alunos

Os cursos técnicos e superiores em Enfermagem dos câmpus Florianópolis – Centro e Joinville suspenderam as atividades não presenciais durante o distanciamento social. Segundo a professora do Câmpus Joinville, Josiane Steil Siewert, a decisão de suspender as aulas foi tomada em conjunto com os alunos, pois a maioria não tinha condições para continuar estudando. Muitos já trabalham em hospitais e, principalmente no início da pandemia, estavam sob muita pressão e sobrecarregados no trabalho.

Assim, a ideia surgida em 2019 de criar um canal no Youtube com vídeos de conteúdos das disciplinas e atividades dos alunos ganhou um reforço. Agora, os professores estão realizando séries de lives, como forma de manter o vínculo entre os estudantes e repassar conteúdos relevantes em tempos de pandemia. “Escolhemos fazer um canal no Youtube porque tem um alcance maior, é mais usado pela geração dos nossos alunos. Além disso, permite gravar as lives para que os alunos assistam quando puderem”, explica Josiane.

A ideia é manter cinco “temporadas” de lives: a primeira, em andamento, traz informações sobre a pandemia, como por exemplo o cuidado com o idoso em instituições de longa permanência, que contou inclusive com a participação de um enfermeiro de Portugal, saúde mental, puerpério, biossegurança, entre outros, que fazem parte da playlist “Saúde em Evidência”.

A próxima temporada trará conversas sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e outra, enfermeiros pelo mundo, terá entrevistas com enfermeiros brasileiros que vivem em outros países. A ideia é dar continuidade ao canal mesmo após o fim do distanciamento social.

Aprendizado e avaliação

Segundo a chefe do Departamento de Educação a Distância, Maria da Glória Silva e Silva, os câmpus têm realizado avaliações sobre o andamento das Atividades Não Presenciais (ANPs) junto aos professores e alunos, o que acredita ser mais eficiente que uma pesquisa global, pois o número de docentes é elevado. De qualquer maneira, as avaliações poderão dizer qual o grau de aproveitamento das disciplinas e o que poderá servir como experiência nesse período de ensino remoto.

Por enquanto, professores podem contar com o apoio do Cerfead para esclarecimento de dúvidas, por meio do chat e Moodle (tutoriais, vídeos e material de apoio). Há também uma área específica do Moodle onde os professores podem trocar experiências.

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