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Antes da abertura do Seminário de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação (Sepei 2018) do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), o servidor Anderson Alves Nunes, do Câmpus Araranguá, ouvia com atenção a música que seria apresentada no teatro do primeiro dia de evento. Ele faz parte do grupo de tradutores intérpretes efetivos da instituição e procurava a forma mais fiel de passar a mensagem da canção na Língua Brasileira de Sinais (Libras). 

Dos 11 intérpretes concursados do IFSC, sete trabalharam nas atividades do Sepei no palco principal e em rodas de conversa, oficinas, apresentações de pôsteres e estandes que tinham pessoas surdas inscritas ou apresentando. E esse foi só um dos exemplos que ressaltou a importância do trabalho de tradutores intérpretes que fazem a ponte entre as culturas surda e ouvinte. 

O tradutor intérprete é um profissional que faz a mediação da comunicação entre um par linguístico, no caso de Libras, entre língua portuguesa e uma língua de sinais. A variedade de línguas na categoria é grande no mundo, há a Língua Gestual Portuguesa, Língua Angolana de Sinais, Língua Americana de Sinais e a Língua Japonesa de Sinais, por exemplo. É preciso destacar, no entanto, que nem todo surdo ou toda surda usam Libras. A forma como uma pessoa surda se comunica vai depender de fatores como o contexto social e familiar de onde ela vive, entre outros, do mesmo modo que ocorre com as outras línguas. 

Os profissionais incluem o olhar, os gestos, a expressão corporal e facial para se comunicar e representar a informação, reconstruindo o seu conteúdo visual, já que as línguas de sinais não seguem a estrutura das línguas orais. O importante não é colocar um sinal atrás do outro, como se faz com as palavras, mas representar o sentido do que está sendo dito. 

Concentração total para passar a mensagem

Além da responsabilidade de passar a informação, na hora de traduzir e interpretar é preciso ter atenção com questões como onde se posicionar, iluminação, sons e outras interferências no ambiente, segundo a intérprete Priscila Paris Duarte, do Câmpus Palhoça Bilíngue. “Na interpretação simultânea, temos pouquíssimo tempo para fazer a escolha dos sinais que melhor traduzem o discurso. Como trabalhamos executando movimentos repetitivos, também precisamos nos revezar por conta do cansaço cognitivo que acontece na interpretação”. 

As línguas de sinais se enquadram na categoria gestual-visual porque o responsável para emitir a comunicação são as mãos por meio dos sinais, e o receptor são os olhos. Essas línguas são diferentes das oral-auditivas (como as usadas por ouvintes) em que o emissor é a voz e o receptor, os ouvidos. Por envolver duas modalidades linguísticas diferentes e não duas línguas orais, como português e inglês, a tradução e interpretação em Libras exige ainda mais concentração. E a tradução não fica só na linguística. 

Quando se trata de uma mensagem construída por pessoas ouvintes, seja em músicas, poemas ou textos, os profissionais também devem fazer a tradução cultural, já que, dependendo do contexto, uma mensagem que faz sentido na cultura ouvinte pode adquirir outro significado na cultura surda. “Por estarem distantes da língua portuguesa e não vivenciarem a mesma cultura que nós, nos contextos em que são usadas metáforas e figuras de linguagem, as quais os surdos não têm contato, passar a mensagem literalmente pode não fazer sentido algum”, explica Priscila. 

Dificuldade comum aos profissionais e espaço para discussão

Uma dificuldade pode ocorrer quando tradutores intérpretes de Libras não têm acesso prévio aos materiais e conteúdos que serão abordados. Como os temas são diversos, existem termos técnicos que os profissionais não dominam e, nessas situações, precisam ainda mais elaborar estratégias de interpretação e encontrar o sinal específico correspondente ou um sinal que represente o conceito. “Essa não é uma particularidade do tradutor intérprete de Língua de Sinais, mas do tradutor de qualquer idioma. Se um palestrante americano vai palestrar em inglês, o intérprete que vai fazer a tradução para português tem que ter acesso prévio ao conteúdo”, destaca Anderson. 

A aluna do curso superior de Pedagogia Bilíngue no Câmpus Palhoça Bilíngue, Gabriela da Costa Viana, falou em vídeo sobre o trabalho dos tradutores intérpretes com Anderson: 




















Em 25 de outubro, será realizado no prédio da Reitoria, o primeiro Encontro dos Intérpretes da instituição. “O objetivo é dar visibilidade aos intérpretes e oferecer um espaço coletivo para que esses profissionais possam se reunir, ter formação e a oportunidade de conversar sobre os problemas que enfrentam e discutir possíveis soluções”, ressalta Ivani Voos, coordenadora de Ações Inclusivas da Diretoria de Assuntos Estudantis do Instituto. 

Participaram desse Sepei os tradutores intérpretes de respectivos Câmpus: Cristiane Albano Marquetti (Jaraguá do Sul), Regiane França, Priscila Paris Duarte e Sullivan Wainer (Palhoça Bilíngue), Bianca Eneas Nunes (Cerfead), Anderson Alves Nunes (Araranguá) e Everton Anselmini (Gaspar). 

Quer ser um intérprete?

O IFSC possui um curso técnico integrado ao Ensino Médio para formar tradutores e intérpretes em Libras no Câmpus Palhoça-BilíngueClique aqui para mais informações.

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